de diálogos lusófonos
Lançada na França antologia bilíngue de poesia brasileira
O poeta e tradutor franco-brasileiro Max de Carvalho acaba de lançar a primeira grande antologia bilíngue da poesia brasileira publicada na França. São mais de 130 autores, de Anchieta a Drummond, dos cantos de amor indígena aos concretistas, que vão do século XVI ao século XX.
Em mais de 1.500 páginas, Max de Carvalho traça um panorama de quatro séculos de criação poética, do Barroco, de Gregório de Matos (1636-1695), ao Modernismo, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Um trabalho de pesquisa de cinco anos, que trouxe descobertas que surpreenderam o próprio autor.
“Bem, foram cinco anos de trabalho. No início eu pensei que seria uma coisa, digamos, mais leve, com os poetas, talvez, mais lidos, mais famosos, talvez mais acessíveis, no certo modo de se dizer as coisas. Mas aos poucos eu fui descobrindo coisas realmente muito bonitas, belíssimas. E eu achei que eu tinha que dar o maior valor possível a essas coisas antigas, e também modernas, mas menos conhecidas do que os nossos principais poetas.”
Max de Carvalho, 52, é crítico literário de poesia radicado na França e nascido no Rio de Janeiro. Sua obra contou com a colaboração de Magali Carvalho e de Françoise Beauchamp e com a ajuda dos tradutores Ariane Wikowski, Isabel Meyrelles, Inês Oseki-Dépré, Michel Riaudel e Patrick Quillier.
O trabalho mostra um panorama da poesia no Brasil que atravessa cinco séculos, trazendo mais de 130 poetas em cerca de 1.500 páginas, de José de Anchieta (1534-1597) e Gregório de Matos, passando por Augusto dos Anjos (1884-1914), Manuel Bandeira (1886-1968) e Carlos Drummond de Andrade, até Ferreira Gullar (1930- ) e Hilda Hilst (1930-2004).
Da esq. para a dir.: Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de
Moraes, Manuel Bandeira, Mário Quintana e Paulo Mendes
Campos reunidos em foto de 1966; livro traz obras poéticas de
mais de 130 autores brasileiros.
O autor aprecia a riqueza de linguagem trabalhada na poesia brasileira, porém, questiona-se sobre o público limitado que tem no exterior as obras feitas no Brasil. Além disso, declara que procurou mostrar a diversidade da poesia do país ao longo do tempo e que enfrentou desafios próprios da tradução para outra língua de uma seleção poética tão variada de estilos.
“Então, eu acho que é um pouco um espelho que eu quero apresentar. Nessa poesia mais antiga do Brasil, tem muitas ambiguidades semânticas. Às vezes eu fiquei realmente sem saber como superar a dificuldade. Finalmente, com o passar do tempo e deixando passar um mês ou dois, voltando para enfrentar novamente a dificuldade de traduzir, eu cheguei lá onde eu queria. Eu acho que consegui.”
A obra abre uma discussão sobre o início da poesia brasileira feita por autoras. A obra deixa um espaço em branco em homenagem à que teria sido a primeira poetisa brasileira: Rita Joana de Souza, que viveu em Olinda entre 1696 e 1718. Citada nos primeiros textos críticos literários sobre a poesia no Brasil, infelizmente não restou para os dias de hoje um único verso de sua obra. :::
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• Clique aqui para ouvir a entrevista de Max de Carvalho a Taíssa Stivanin, em reportagem da RFI – Rádio França Internacional.
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–– Extraído da RFI (França) e da Agência Estado (Brasil) ––
[Fonte: ventosdalusofonia.wordpress.com]
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Lançada na França antologia bilíngue de poesia brasileira
O poeta e tradutor franco-brasileiro Max de Carvalho acaba de lançar a primeira grande antologia bilíngue da poesia brasileira publicada na França. São mais de 130 autores, de Anchieta a Drummond, dos cantos de amor indígena aos concretistas, que vão do século XVI ao século XX.
Em mais de 1.500 páginas, Max de Carvalho traça um panorama de quatro séculos de criação poética, do Barroco, de Gregório de Matos (1636-1695), ao Modernismo, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Um trabalho de pesquisa de cinco anos, que trouxe descobertas que surpreenderam o próprio autor.
“Bem, foram cinco anos de trabalho. No início eu pensei que seria uma coisa, digamos, mais leve, com os poetas, talvez, mais lidos, mais famosos, talvez mais acessíveis, no certo modo de se dizer as coisas. Mas aos poucos eu fui descobrindo coisas realmente muito bonitas, belíssimas. E eu achei que eu tinha que dar o maior valor possível a essas coisas antigas, e também modernas, mas menos conhecidas do que os nossos principais poetas.”
Max de Carvalho, 52, é crítico literário de poesia radicado na França e nascido no Rio de Janeiro. Sua obra contou com a colaboração de Magali Carvalho e de Françoise Beauchamp e com a ajuda dos tradutores Ariane Wikowski, Isabel Meyrelles, Inês Oseki-Dépré, Michel Riaudel e Patrick Quillier.
O trabalho mostra um panorama da poesia no Brasil que atravessa cinco séculos, trazendo mais de 130 poetas em cerca de 1.500 páginas, de José de Anchieta (1534-1597) e Gregório de Matos, passando por Augusto dos Anjos (1884-1914), Manuel Bandeira (1886-1968) e Carlos Drummond de Andrade, até Ferreira Gullar (1930- ) e Hilda Hilst (1930-2004).
Da esq. para a dir.: Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de
Moraes, Manuel Bandeira, Mário Quintana e Paulo Mendes
Campos reunidos em foto de 1966; livro traz obras poéticas de
mais de 130 autores brasileiros.
O autor aprecia a riqueza de linguagem trabalhada na poesia brasileira, porém, questiona-se sobre o público limitado que tem no exterior as obras feitas no Brasil. Além disso, declara que procurou mostrar a diversidade da poesia do país ao longo do tempo e que enfrentou desafios próprios da tradução para outra língua de uma seleção poética tão variada de estilos.
“Então, eu acho que é um pouco um espelho que eu quero apresentar. Nessa poesia mais antiga do Brasil, tem muitas ambiguidades semânticas. Às vezes eu fiquei realmente sem saber como superar a dificuldade. Finalmente, com o passar do tempo e deixando passar um mês ou dois, voltando para enfrentar novamente a dificuldade de traduzir, eu cheguei lá onde eu queria. Eu acho que consegui.”
A obra abre uma discussão sobre o início da poesia brasileira feita por autoras. A obra deixa um espaço em branco em homenagem à que teria sido a primeira poetisa brasileira: Rita Joana de Souza, que viveu em Olinda entre 1696 e 1718. Citada nos primeiros textos críticos literários sobre a poesia no Brasil, infelizmente não restou para os dias de hoje um único verso de sua obra. :::
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• Clique aqui para ouvir a entrevista de Max de Carvalho a Taíssa Stivanin, em reportagem da RFI – Rádio França Internacional.
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–– Extraído da RFI (França) e da Agência Estado (Brasil) ––
[Fonte: ventosdalusofonia.wordpress.com]
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