Posted: 25 Feb 2013 12:31 PM PST
TDI – MAG – Lusa, com foto
Póvoa
de Varzim, 25 fev (Lusa) -- O escritor timorense Luís Cardoso apelou,
em entrevista à Lusa, a um maior investimento, por parte do Governo de
Díli, nos novos autores daquele país, criando encontros e apoiando
viagens ao exterior.
Luís
Cardoso acredita que poderiam ser organizados encontros de escritores
em Timor-Leste, à semelhança do que se realiza em Portugal, na Póvoa de
Varzim, com as Correntes d'Escritas, mas os próprios autores podiam ver
financiadas viagens ao estrangeiro para participarem em eventos
literários.
"O
Governo timorense tem de apostar nessas pessoas que estão a começar a
escrever. Estes encontros são muito importantes para eles", afirmou o
escritor radicado em Portugal há décadas, e que lançou recentemente "O
Ano em Que Pigafetta Completou a Circum-Navegação" sobre o cronista que
acompanhou a viagem de Fernão de Magalhães.
A
história do livro é, também, um paralelo com "a circum-navegação que
Timor fez nos últimos tempos, e que concluiu com a independência", de
forma "trágica, mas com um final feliz".
Luís
Cardoso pretende mostrar à filha, de três anos, o país de onde vem,
apesar dos problemas de saúde que o impedem de regressar como
pretenderia. Para ela, Timor-Leste é a terra do pai, "onde existem
muitos crocodilos".
O
autor encara a situação atual de Timor "com alguma apreensão", devido
ao "momento histórico de construção do Estado", que classifica como
"frágil", apesar do dinheiro proveniente do fundo petrolífero que espera
que seja utilizado "de forma racional".
A
finalizar o novo livro, Luís Cardoso continua a manter como ambição a
escrita de uma história de Timor como se de uma Bíblia se tratasse, obra
que o continua a fascinar e que serve de referência, tendo sido o
primeiro que leu.
Da
Bíblia nasce a atenção que dá à primeira frase de qualquer livro, uma
vez que considera não haver melhor começo do que "E no princípio era o
Verbo", um início que conduz o resto de qualquer texto.
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