Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) não adopta o novo acordo ortográfico perante as posições do Brasil e de Angola sobre a matéria
A
SPA continuará a utilizar a norma ortográfica antiga nos seus
documentos e na comunicação escrita com o exterior, uma vez que o
Conselho de Administração considera que este assunto não foi
convenientemente resolvido e se encontra longe de estar esclarecido,
sobretudo depois de o Brasil ter adiado para 2016 uma decisão final
sobre o Acordo Ortográfico e de Angola ter assumido publicamente uma
posição contra a entrada em vigor do Acordo.
Assim,
considera a SPA que não faz sentido dar como consensualizada a nova
norma ortográfica quando o maior país do espaço lusófono (Brasil) e
também Angola tomaram posições em diferente sentido. Perante esta
evidência, a SPA continuará a utilizar a norma ortográfica anterior ao
texto do Acordo, reafirmando a sua reprovação pela forma como este
assunto de indiscutível importância cultural e política foi tratado pelo
Estado Português, designadamente no período em que o Dr. Luís Amado foi
ministro dos Negócios Estrangeiros e que se caracterizou por uma
ausência total de contactos com as entidades que deveriam ter sido
previamente ouvidas sobre esta matéria, sendo a SPA uma delas. Refira-se
que também a Assembleia da República foi subalternizada no processo de
debate deste assunto.
O
facto de não terem sido levadas em consideração opiniões e contributos
que poderiam ter aberto caminho para outro tipo de consenso, prejudicou
seriamente todo este processo e deixa Portugal numa posição
particularmente embaraçosa, sobretudo se confrontado com as recentes
posições do Brasil e de Angola.
Lisboa, 9 de Janeiro de 2013
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