Todos os dia falo com pessoas que “fugiram para o Brasil”.
Nas últimas semanas têm sido sobretudo jovens, muito jovens e reformados.
Os jovens porque lhes mataram o futuro no Sul da Europa. Os velhos porque lhes querem sugar o sangue.
Há muito que se promoveu na Europa a ideia de que o Brasil é um país corrupto.
Estou,
francamente, convencido de que, em termos relativos, os niveis de
corrupção são mais baixos aqui do que no sul da Europa, desde logo
porque a independência da imprensa é maior no Brasil
do que em qualquer país europeu.
Penso que estaríamos bem melhor se fossemos o 28º estado do Brasil, em vez de sermos o 27º estado da União Europeia.
E que o Brasil também ganharia com isso.
A bolha imobiliária vai chegar aqui e vai fazer um grande estrondo.
Agora, que a de Portugal estoirou, é o momento para aproveitar oportunidades e proteger patrimónios.
Portugal
é excelente para os aposentados brasileiros passarem menos de 6 meses. É
barato, tem um sistema de saúde muito melhor que o brasileiro e
compra-se um apartamento em lugar privilegiado por preços que não
existem no Brasil.
O Brasil é excelente para os reformados portugueses.
A taxa máxima do imposto de renda de pessoas físicas é de 27,5%, o que faz uma grande diferença.
Olhando
para a Europa – talvez pensando nos portugueses – o governo do Brasil
estabeleceu um regime especial de vistos para os reformados que tenham
um rendimento superior a 6.000 reais (cerca de 2.300 euros) mensais.
Enquanto Portugal pede um mínimo de 500.000 € para conceder aos estrangeiros um golden visa, para obter um visto de residência no Brasil basta ter um rendimento de 2.300 €.
Perante a agressão tributária, o Brasil
transformou-se na melhor terra da refúgio para os refomados da Europa do Sul.
Há que ter algumas cautelas e fazer contas.
A vida nas maiores cidades brasileiras é muito mais cara que na Europa. E o sistema de saúde pública é de má qualidade.
A
poupança pode ser, porém, de tal modo elevada que justifica a
multiplicação das viagens entre os dois destinos. E há excelentes
seguros de viagem, a preços módicos.
O segredo está em passar mais de metade do ano fora de Portugal.
Miguel Reis
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