Conflito de paixões no idioma – Aldo Rebelo
O ministro do Esporte do Brasil e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, escreveu um artigo recente contestando as críticas que se levantaram contra o Acordo Ortográfico de 1990, elaborado e firmado por todos os países de Língua Portuguesa.
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O ministro brasileiro fez lembrar que todo pacto e acordo de âmbito internacional, em qualquer tema, “demanda estudos, debates e concessões, ou seja, muita costura diplomática”.
O ministro brasileiro fez lembrar que todo pacto e acordo de âmbito internacional, em qualquer tema, “demanda estudos, debates e concessões, ou seja, muita costura diplomática”.
“Oito países, que usam o mesmo idioma com variações tão profundas, chegarem a um acerto foi uma vitória da Lusofonia. Reúnam-se os críticos para emendar as regras, e teremos uma nova Torre de Babel.”
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Ventos da Lusofonia reproduz na íntegra o texto de Aldo Rebelo em defesa do Acordo de 1990 e do esforço de unificação das regras de escrita da Língua Portuguesa.
Ventos da Lusofonia reproduz na íntegra o texto de Aldo Rebelo em defesa do Acordo de 1990 e do esforço de unificação das regras de escrita da Língua Portuguesa.
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–– Conflito de paixões no idioma ––
Aldo Rebelo,
ministro do Esporte do Brasil
25 de janeiro de 2013
ministro do Esporte do Brasil
25 de janeiro de 2013
O Brasil fez a lição de casa, mas foi obrigado a adiar a vigência da segunda etapa do Acordo Ortográfico.
Em 2009 adotamos novas formas de escrever palavras, em simultaneidade com as antigas (vôo / voo, manda-chuva / mandachuva) e em 1º. de janeiro de 2013 deveríamos usar unicamente a grafia concertada pelos países de Língua Portuguesa em 1990.
A resistência de Portugal, que ainda se considera síndico do idioma, e mais um ou outro país africano, nos fez manter a simultaneidade de grafias por mais três anos.
Em rigor, os brasileiros aderimos ao Acordo Ortográfico com boa vontade imediata. Até a imprensa, em geral avessa a iniciativas desse naipe, passou a escrever “voo” e “mandachuva”. Os dicionários e livros escolares adotaram as novas regras. É visível o interesse das pessoas em saber se “epopeia” tem acento ou quais são as mudanças do hífen. Não se vê ninguém pedir a volta do trema.
Chama atenção, no entanto, a resistência de filólogos de plantão, em aliança curiosa de puristas e jacobinos. Continuam a criticar o Acordo Ortográfico com ranhetice e açodamento. Uns pregam a mumificação; outros, a simplificação radical da Língua nacional.
Falta a esses críticos a compreensão de que, se qualquer pacto demanda estudos, debates e concessões, ou seja, muita costura diplomática, um acordo linguístico é o palco perfeito do que o gramático Celso Cunha (1917-1989) chamou de “Língua, conflitos de paixões”. Oito países, que usam o mesmo idioma com variações tão profundas, chegarem a um acerto foi uma vitória da Lusofonia. Reúnam-se os críticos para emendar as regras, e teremos uma nova Torre de Babel.
O Brasil demonstrou maturidade nesse episódio. Como o maior falante do português, com toda sorte de influências a preservar, vai esperar a adesão dos parceiros porque tem interesse geopolítico em harmonizar uma comunidade idiomática. :::
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REBELO, Aldo. Conflito de paixões no idioma.
Publicado em: 25 jan. 2013.
REBELO, Aldo. Conflito de paixões no idioma.
Publicado em: 25 jan. 2013.
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